Agatha Christie - A narradora onisciente, que não deixa muitas pistas, ou melhor, deixa pistas falsas para nos surpreender com a revelação final.
A história começa com a apresentação do seu protagonista Monsieur Hercule Poirot, um homem já não tão jovem que se orgulha muito da própria história - um detetive reconhecido. Que de início não fala sobre sua nacionalidade mas faz uso frequente de expressões francesas, logo nós descobrimos que Poirot é de origem belga. Ele mora muito confortavelmente, tem um mordomo, George, e aprecia muito uma boa culinária, e suas três refeições diárias.
Toda a trama se desenvolve a partir de uma visita que o detetive recebe, a do Superintendente Spence que está prestes a se aposentar e busca ajuda de Poirot para inspecionar o último caso em que trabalhou - uma Senhora que trabalhava de doméstica fora assassinada com um golpe de algo cortante na parte de trás da cabeça, rapidamente as investigações do Superintendente Spence apontaram para James Bentley.
A Senhora McGinty teve suas economias roubadas e deixada debaixo de uma pedra no quintal dos fundo de onde morava. Ela dividia a casa alugada com James Bentley, um rapaz desajeitado, que parecia ter grandes problemas psicológicos. As evidencias eram, um casaco pertencente a Bentley sujo de sangue e com um fio de cabelo da Senhora McGinty; O dinheiro roubado e deixado no quintal dos fundos, lugar de fácil acesso para James já que ele morava lá, e o depoimento contraditório que James Bentley deu a polícia e ao Juiz posteriormente. O julgamento durou pouco pois para todos do juri era óbvio que James assassinou a senhora.
O Superintendente Spence e o detetive Poirot tem uma certeza a respeito de James Bentley, ele não é o culpado, e se as investigações do detetive não forem rápidas e precisas, James será enforcado.
Hercule Poirot viaja até a cidade de Broadhinny e se hospeda uma pensão de uma família muito desorganizada, os Summerhayes.
A senhora McGinty trabalhava para os Summerhayes, os Upward, também da casa do Dr. Rendell, do recém casal Wertherby e também na casa da família da senhorita Henderson.
Todos envolvidos na vida da Senhora McGinty, e até onde se sabe, ela conhecia a todos muito bem, talvez até um pouco demais.
O que parece ser muita gente e muitos sobrenomes para se lembrar de início, mas as características de cada um deles é relevante para o desenvolvimento da investigação, todos estão sendo investigados.
O detetive descobre uma informação muito relevante que passou desapercebida pelos policiais, dias antes de morrer a Senhora McGinty comprou um tinteiro para escrever uma carta, nada comum para uma senhora semianalfabeta que não tinha nenhum correspondente a não ser sua sobrinha, que não recebeu nenhuma carta da tia. Logo o detetive percebe que a senhora McGinty escreveu para o jornal Sunday Companion, em resposta a uma reportagem sobre a vida de 4 mulheres que foram notícia a muito tempo atrás, e o jornal buscava novas informações sobre a vida atual dessas mulheres, que eram: Eva Kane, uma babá que se envolvera com o patrão e foi cúmplice da morte da patroa, e fugiu do país grávida; Janice Courtland uma mulher frequentemente agredida pelo marido que fez um novo amigo, e esse amigo uma vez foi a defender de uma agressão e por acidente fez com que o marido da vítima batesse a cabeça e morresse imediatamente; Lily Gamboll, uma criança a quem os pais perdera a guarda, e que era cuidada pela tia. Em um certo dia, a menina recebeu um não da tia e num acesso de raiva enfiou um machado na cabeça da tia que morreu, só restou a menina ser internada em um colégio para crianças especiais; E por último, a história de Vera Blake a "dedo-pobre" para homens, todos os que se envolvera não eram boa gente, um bandido, depois um assassino, e até mesmo seus filhos não tomaram um caminho decente. Junto de cada história, a foto dessas mulheres, e uma delas a Senhora McGinty sabia do paradeiro, e quando resolveu colaborar com o jornal esperando uns trocados pela informação, foi assassinada brutalmente.
A investigação do detetive Poirot leva a três mulheres, todas na casa dos trinta anos que poderiam ser a filha de Eva Kane, a babá do famoso caso de assassinato da senhora Craig.
Bem no meio dessa investigação, o detetive encontra a famosa escritora Ariadne Oliver¹, a quem tem muito apresso, ela está de passagem para trabalhar com o jovem Robin Upward, na produção de uma peça.
Após mais um assassinato na cidade, o enforcamento de James Bentley é adiado, pois havia ligação entre os assassinatos e eles estava detido no segundo caso. Uma das mulheres da matéria do jornal, não deveria ser reconhecida, e o segredo de sua vida deveria ser mantido.
Poirot chega a um veredito, ele descobrira quem assassinou a Senhora McGinty e a Senhora Upward, reuniu os envolvidos na investigação na pensão onde estava hospedado e contou as linhas de raciocínio lógico que o levara a sua conclusão e liberdade de James Bentley. Houve protestos por parte dos investigados, e muitas surpresas, pois a pessoa culpada estava entre eles no momento, Poirot apresentou todas as provas e a pessoa certa foi presa por Spence.
A história finaliza com uma conversa entre o Superintendente Spence e Hercule Poirot, esclarecendo para nós leitores as questões levantadas sobre a vida de cada suspeito. Enfim uma leitura muito envolvente e muito bem desenvolvida pela Rainha do Crime², recomendo a leitura para apreciadores de romances policiais e para quem ainda não é.
Afinal de contas, como poderíamos prever que um nome, um perfume, e um batom pertencem mesmo a uma mulher?!
¹ Agatha Christie se coloca na narrativa através da similaridade sutil com a escritora Sra. Oliver.
² Apelido dado à Agatha Christie pela maestria de suas histórias de assassinatos.
Para saber um pouco mais...
O senhor Hercule Poirot já protagonizou outras obras de Agatha Christie, sendo mais exata, 33 romances e 54 contos, entre eles o que teve a mais recente readaptação no cinema: Assassinato no Expresso Oriente.
A autora faz menção a outros personagens que participam da jornada de Poirot em outros romances, como seu amigo Hastings, e a Senhora Oliver.
O sucesso do detetive foi logo reconhecido através da sua primeira obra de Agatha Christie: O Misterioso Caso de Styles, publicado em 1920.
Sua inspiração para criação do detetive belga, veio pelo contato que tivera com refugiados da Bélgica, durante a Primeira Guerra Mundial, onde trabalhou como voluntária num hospital da Cruz Vermelha.
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