A Fada Marina - Jéssica Banstarch
- Jéssica Banstarch
- 1 de abr. de 2021
- 2 min de leitura

Andando a passos longos, Marina apreciava o movimento dos cabelos
contra o vento, era um dia especial, mais um dia de observação.
Escondida atrás de uma pequena folha de arvore, anotava as
características que observava das pessoas, sempre as comparando com as da sua
família.
- Muito mais opções de sapatos, maravilha!

Enquanto anotava suas considerações, sonhava com o dia que
completaria meia idade, o que para as fadas significava a adolescência. Os pais de
Marina, receosos pelo desejo da filha, se orgulhavam toda vez que ela os contava o
que tinha descoberto dos humanos.
Marina, uma fada ruiva com longos cabelos ondulados, sempre quis ser
uma humana, e por 48 horas poderia ser. Sempre que uma fada completa meia idade
ela pode fazer um pedido para a rainha das fadas, que o aceita e realiza desde que
não prejudique o mundo das fadas. Enfim chegara o dia, Marina se apresentou a fada
rainha, com seu mais belo vestido de lírio branco, confeccionado pela mãe. A fada
rainha, levantou-se de seu trono azul, como seus cabelos e lhe disse:
- Suba, vou conceder seu pedido.
Rapidamente, Marina agitou as asas transparentes e subiu no galho da
arvore do reino, e com um toque na testa Marina se transformou em uma garota
humana, como as mesmas características de quando era fada, só que agora com o
vestido branco um pouco manchado pelo musgo da arvore que acabara de descer.
Tinha em mãos suas anotações do que planejou fazer enquanto humana,
o primeiro de todos os desejos era passear no parque e então ela o fez.
O segundo item da sua lista era conhecer uma casa humana, mas isso não
seria fácil, enquanto pensava em uma maneira de entrar em uma casa humana sem
ser vista, Marina caminhou muito pelo parque, e quando se deu conta, não estava
mais onde conhecia.
Estava caminhando por um caminho que ficava cada vez mais estreito
entre as arvores, e de repente tudo ficou escuro, Marina imaginou que as horas
durariam mais, porém estava preparava para continuar sua trilha no escuro. Dentro da
pequena bolsa que carregava, apanhou uma lanterna que achara dia desses no
mesmo parque.
Mirou o facho de luz para o caminho que seguia e visualizou, la no fundo
em meio as arvores uma casinha encantadora. Mal podia se conter de tanta felicidade,
uma casa de verdade tão pertinho dela. Bateu à porta e uma senhora a recebeu.
- Você é mais uma delas? Quer me vender doces ou algo assim?
- Não, eu estou pesquisando.
- Bem, então entre. Você se perdeu por aqui foi?
- Eu sei onde moro, só queria conhecer outros lugares.
- Tenho algo que vai lhe ser útil.
A senhora virou-se para a estante e apanhou um livro grande e entregou a
menina, Marina começou a ler e assim ficou pelo resto da noite.
Na manhã seguinte recomeçou, a senhora nunca vira uma leitora tão
voraz, e antes da tarde terminar, a menina decidiu ir embora.
A senhora feliz pela companhia que tivera lhe deu de presente outros 2
livros, Marina até esquecera da lista que fez, voltou para arvore de onde veio e voltou
feliz pro reino.

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